A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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A Quarta Ronda Planetária *


Trata-se este do “segundo sistema solar”, sob o qual estamos hoje evoluindo, segundo o Tibetano nas transmissões de Bailey.

A. Uma grande Recapitulação

Existem na literatura religiosa, muitos registros esparsos sobre a constituição da Quarta Ronda planetária, especialmente na forma de genealogias sagradas, tais como aquelas existentes no Genesis e nos Puranas, os quais resumem os ciclos raciais (e outros) na forma de patriarcas ou avatares.
O caráter dos avatares e seus feitos é suficiente para explanar sobre os seus ciclos. Pois, ao mesmo tempo, estes avatares regem Eras e Raças-raízes, pertencendo daí às esferas da humanidade e da hierarquia, além da própria Ronda em conjunto, pelo avatar primordial “vindo de Shambala”.

Daí que, especialmente desde o ângulo oriental, podemos observar um inventário basicamente astrológico dos nomes avatáricos, sendo este um conhecimento de natureza dedutiva. Notavelmente, os aspectos mais “históricos” destas biografias -não obstante eivados de mitos e lendas- surgem com os avatares mais recentes.

A astrologia é uma ciência bastante divulgada hoje em dia, e partes importantes do Relógio Cósmico vêm sendo reveladas. Informações mais “detalhadas” das raças foram conferidas pelos ensinamentos teosóficos, ainda que muitas vezes envoltas em mitos e símbolos, sobretudo quanto aos ciclos mais remotos. Desde ali iniciou-se as revelações da Astrologia Esotérica, com muitos detalhes sobre o desenvolvimento dos sistema solares.
Em seguida, Bailey trouxe certas revelações sobre os ashrams ou dinastias espirituais regentes destas raças, como ciclo paralelos aos raciais.

Empregando estas chaves e certos conhecimentos complementares, é possível remontar o esquema desta ronda e quiçá das restantes. Na sequência, vamos nos limitar a enunciar e enumerar as grandes divisões desta ronda, sem entrar em detalhes sobre raças e ashramas, porque isto será foi feito em outra parte (ver para isto nos “Livros” seguintes deste Volume, intitulados Mesocosmo e Microcosmo). Limitamo-nos, portanto, agora a tecer alguns comentários gerais e analisar as suas bases históricas, viando avaliar a “estrutura geral” e a natureza da Quarta Ronda.

Desde o ponto de vista da evolução planetária maior, a Quarta Ronda planetária pode ser considerada como praticamente extinta em nossos dias, restando apenas uma fase terminal de transição para a Nova Ronda que virá. Ainda assim, esta etapa final é importantíssima como um necessário corolário, de modo que o estudo da Quarta Ronda representa mais que simples “retrospectiva histórica”, mas uma síntese necessária para a própria consumação deste ciclo maior.
Cada ser humano que pretende colher os frutos deste ciclos e ir adiante com a evolução e não permanecer como retardatário, pode ser analisado à luz do ciclo maior.

Considerando que todo o ser humano que verdadeiramente evoluiu neste ciclo defronta-se hoje com a quarta iniciação, uma recapitulação de todos os processos raciais e espiritual desta ronda serve como um inventário de seu próprio ser em evolução, e auxilia a chegar neste ponto atual em que a história mundial se detém para ensaiar a sua última etapa.

Perder as oportunidades e os acontecimentos que acontecem neste dramático istmo de tempo corresponde a ter de realizar todo um ciclo cósmico para retornar a este ponto, da mesma forma como aquele que se atrasa para o trem necessita esperar o trem do dia seguinte.

Os ciclos da Quarta Ronda (raças e ashrams) estão representadas por símbolos quaternários como os das variantes da cruz (cruz latina, a cruz simétrica, cruz transversa, etc.), o quadrado e o cubo. Por isto as suas imagens de Deus também estão assim definidas, especialmente a partir da quarta raça que foi a Atlante, quando a Trindade antiga passou a incorporar um quarto princípio de transição transformando-se no Tetragrammaton e na Tetraktys.

Nos Capítulos que seguem, vamos conhecer o Plano global desta Quarta Ronda planetária, com suas principais divisões em termos de Raças-Raízes e Ashrams solares. Muitas outras divisões e subdivisões são possíveis, e aqui nos limitamos ao principal, por assim dizer, desde o ponto de vista da evolução racial, porquanto temos em mente, sobretudo, o desenvolvimento da Alma da humanidade. As Raças são expressões humanas que se manifestam ao nível de Alma, porquanto se acham regidas por Ashrams espirituais, ou seja: por dinastias de Mestres e linhagens de “Reis-divinos” associados ao centro da Hierarquia.

Mesmo que ambos os conceitos se achem estreitamente relacionados, existe todavia muita confusão entre estas realidades na literatura ocultista, de modo que aquilo que seria mais válido num contexto costuma ser atribuído ao outro e vice-versa. As informações dadas nos livros esotéricos são geralmente confusas e imprecisas, assim como simbólicas. Pela primeira vez é apresentado um quadro bastante claro, completo e discriminativo das grandes realidades das Rondas, em especial da atual Quarta Ronda planetária, inclusive os seus Propósitos gerais.

1. Antecedentes e Transição

Sabe-se que, desde o ângulo da evolução espiritual, a Quarta Ronda teve início com a chegada do grande ser conhecido como Sanat Kumara, com seus irmãos divinos, que apareceram durante a cadeia venusiana da Terra. Este representa, pois, a divindade para o nosso planeta e globo, já há muitos milhares de anos. Na verdade, a sua tarefa cósmica já estaria terminando, mas vamos agora ver como se deu a implantação de seu reinado cósmico, iniciando pela natureza da ronda anterior.

Na IIIª Ronda os animais dominaram a Terra, pois foi a ronda destinada ao aperfeiçoamento do Reino Animal, no caso, especialmente o animal dentro do homem. Neste estágio, a afirmação do eu ou do ego era feita externa e fisicamente. Ao mesmo tempo, a Terceira Ronda representou a preparação para a formação do homo sapiens, cuja idade real mal ultrapassa os 26.000 segundo a ciência, trazendo consigo os rudimentos da engenhosidade humana e a forma geral do ser humano atual, a qual pode nestes termos ser considerada como definitiva, cabendo a partir disto apenas melhoramentos de detalhes e, sobretudo, uma evolução interior.

Deste modo, as rondas anteriores não possuem verdadeira importância para a condição humana tal como ela hoje se apresenta; da mesma forma como as raças Iª e IIª de nossa ronda tampouco são consideradas verdadeiramente humanas, por razões análogas.

A IIIª Ronda esteve regida pela energia de Marte, de modo que as atividades mentais primitivas e as atividades bélicas eram dominantes. Nas antigas tribos e nações então existentes de homens primitivos, a ordem e a regra eram comumente pela força bruta e pela imposição pela força. A conquista era vista como sinal de superioridade; e a vontade ou, sobretudo, o poder físico eram a marca da evolução. Para isto toda a engenhosidade poderia ser empregada para a dominação e a sobrevivência das raças, e assim surgiram os primitivos instrumentos de guerra. A imagem da divindade era a de um Guerreiro Cósmico (o III° Adi-Buda), e o triângulo que o simbolizava era convertido na flecha ou na lança –algo semelhante ao que observamos no ciclo áryo da quarta ronda, também regido por Marte no plano material ou humano.

Tomando como símbolo “natural” da IIIª Ronda o triângulo, podemos analisar a sua formação como uma síntese de energias duais básicas e, portanto, também uma ascensão de energias.


Esta dualidade elementar pode ser vista como corpo/mente, masculino/feminino, noite/dia e todos os outros ritmos naturais da criação. As humanidades da IIIª ronda deveriam buscar transcender estas energias básicas. O grande aprendizado desta ronda era a necessidade de superar o elementar, afirmar e superar o “animal interior” através do xamanismo e, para a grande maioria, a forma de alcançar isto era pela atividade bélica. Mas, a partir de meados da ronda, passou a existir também o embrião do comércio, e para aqueles que o praticavam o triângulo representava a balança.

Para os mais evoluídos, o símbolo triangular representava o poder do Verbo. De modo que todas as suas aspirações mais elevadas –e mal podemos falar em termos de “religiosidade” nos termos atuais, porque os cultos se limitavam a um xamanismo muito primitivo– estava calcada sobre o cultivo da linguagem e seu emprego mágico ou prático, apoiado pelas imagens que denominamos rupestres. Naquela época, quem soubese contar ou falar –isto é, comunicar-se “civilizadamente”– era valorizado como um sábio e visto como um precioso elo de evolução.

A linguagem era tema de curiosidade geral e interesse especial por parte de alguns indivíduos que, com o tempo, passaram a adquirir importância dentro dos grupos, até que esta arte suprema que é a da Palavra, revelou aspectos bem mais importantes que os meramente práticos e materiais. Assim, o triângulo era visto de três formas pelas castas das humanidades terciárias: os guerreiros, os comerciantes e os sábios.
A mudança da IIIª para a IVª ronda foi algo profundamente revolucionário. Com a chegada da quarta etapa cósmica surgiu uma energia pouco conhecida, a do amor, através da esfera de Vênus. Isto representou uma profunda transformação das sociedades, porque representava a necessidade de admitir o sentimento pelo outro, mesmo sendo frágil, surgindo a apreciação do belo e, portanto, do feminino, assim como do sensível e a dimensão interior. Este foi o primeiro grande embate entre eros e tanatos, travado durante a raça lemuriana. Por ser a terceira raça-raiz (ainda que da quarta ronda), trazia também as energias marciais, e foi nela que Sanat Kumara (o IV° Adi-Buda) apareceu com seu cortejo cósmico, não podendo todavia organizar nesta raça uma Hierarquia atuante nos novos moldes, limitando-se a influenciar sutilmente a humanidade de então.

Apesar de iniciar na Lemúria, o seu ciclo espiritual começou na Atlântica, com a manifestação da Hierarquia através do Templo de IBEZ, “no centro da América do Sul” segundo Bailey. Daí ser a Atlante considerada a “primeira raça verdadeiramente humana”, e não apenas desde o ponto de vista desta ronda, mas porque esta é a ronda destinada a forjar o reino humano, e a raça atlante foi a mais característica –embora não a mais evoluída–, cabendo observar que “espiritualidade” é a marca da IVª ronda, mais do que o conhecimento como tal. Por esta razão, a IV° Ronda viu o aparecimento do homo sapiens americano, há cerca de 13 mil anos, sendo este o efetivo pivô da evolução da quarta ronda.

Até por isto, a imagem de Sanat Kumara foi a do sacrifício, e sua função era a do Sacerdote Cósmico. Por isto, mais que pelo fato de ter assumindo uma Caminho de Serviço na Terra na linha dos Bodhisatwas, é que Sanat Kumara foi chamado de “Eterno Sacrifício” ou, traduzindo seu nome, de “Virgem Eterno”. A frase “Deus é Amor” revela a verdadeira natureza da deidade desta quarta ronda.
O homem da quarta ronda teve como regra a aceitação das dualidades ou da relatividade, abrindo-se ao mistério e à intuição. E foi assim que o militar deu lugar ao religioso, o dominador ao amante, o pragmático ao contemplativo e o mental ao intuitivo. O triângulo foi centralizado pela cruz, e tiveram início os mistérios ctônicos (ou de cavernas) e do coração, pela valorização da arte e na conquista da morte e da ressurreição.

Assim como a deidade é representada com quatro letras nesta ronda (como em IHVH, cujas “letras de fogo” definirão as análises deste Capítulo), emprega-se para simbolizá-la os símbolos da cruz e do quadrado, como na imagem abaixo.


A partir do foco superior de síntese do triângulo, se busca a elevação da antiga base dual ao nível do coração –ou, ao menos, ao plano emocional, se consideramos o triângulo como de natureza mental. Busca-se assim a geração de um novo centro de equilíbrio, agora vertical, dando origem a um novo plano de reflexão: o superior e o inferior. Eis o palco das lutas e das conquistas das raças quaternárias.

B. A Natureza da Quarta Ronda: IOD

A Quarta Ronda Planetária é aquela na qual nos encontramos em nossos dias, na verdade, rumando já para o seu final.

Este quarto momento é, literalmente falando, sempre uma etapa crucial em qualquer esquema setenário de evolução. É onde as grandes forças opostas se reúnem buscando a sua relação e harmonia, ainda que gerando, comumente, grandes conflitos a princípio.

Vejamos o que diz Alice A. Bailey sobre a função desta Ronda:

“A Quarta Ronda é a atual e constitui a Ronda intermediária (entre a 1ª, a 2ª e a 3ª de um lado, e a 5ª, a 6ª e a 7ª de outro lado), sendo onde se produz o reajuste e equiparamento final entre o Espírito e a matéria. Em resumo, o reino da verdadeira matéria (tão desconhecida para a ciência como o seu pólo oposto –a matéria homogênea ou substância) tem alí seu estado mais denso, terminando e chegando a seu fim. Desde este momento o homem físico começa a desprender-se de ‘uma envoltura após a outra’ e também de suas moléculas materiais para benefício e subseqüente formação ou revestimento do reino animal, quem, por sua vez, o faz em bem do vegetal e este em bem do mineral. Tendo o homem evoluído na primeira ronda da etapa animal através dos outros dois reinos, é lógico que na ronda atual apareça antes que o reino animal neste período manvantárico.” (Bailey, Tratado Sobre Fogo Cósmico)

Deste modo, conclui-se que esta Ronda marque a etapa final de materialidade para a raça humana, posto que, doravante, ela começa a “ceder” seus corpos para a evolução dos reinos inferiores.

É importante observar então que a soma de 4 destas rondas representa 52.000 anos. Ora, o valor 52 (ou 50) expressa um ciclo escatológico ou de renovação geral na Astrologia universal, devido à importância do valor 5 na conformação do padrão astrológico-quadrado do Grande Ano de Platão (5x5=25, o valor mais próximo do montante de 26.000 anos). Também pode ser visto como 48, de 4x12, explicando porque várias tradições sagradas afirmam que este planeta conta com 48 Leis, e donde também a fórmula dos Sete Raios ou Planos (7x7) deste sistema solar.
Isto explica, pois, a importância do setenário para esta Ronda. Vejamos a seguinte citação de Alice A. Bailey:

“O Sétimo Raio, sendo um dos três maiores nesta ronda, maneja o poder em relação ao quatro, no quatro e sob o quatro.” (“Cartas Sobre Meditação Ocultista”, pg. 224)
Daí todas as grandes divisões desta ronda estarem vinculadas às estruturas dos esquemas dos Sete Raios. Por exemplo: os quatro ashrams, iniciados na Quarta Raça-raiz, representam, com suas raças-sagradas (ou Iniciadas), o quaternário superior em relação às três raças raízes precedentes, as quais não dispunham de hierarquia espiritual ativa, sendo portanto uma tríade inferior.

Podemos observar que, nos diagramas veiculados por Bailey, os Sete Rishis (da Ursa Maior) se encontram no quarto Plano cósmico, ou Búdico cósmico (ver adiante) –uma analogia com os chakras, que se acham localizados no plano búdico no microcosmos. Assim, a presente “ronda” representa o mesmo que o Plano Búdico Cósmico, o qual também recebe o denominativo de “Segundo Sistema Solar” (ver “Cartas Sobre Meditação Ocultista”, de Alice A. Bailey).
Podemos dizer que o Plano geral da Quarta Ronda é 6:4 e seu símbolo é o cubo (associado ao elemento Terra, segundo Platão). Pois ali a Hierarquia teria como Plano alcançar a 6ª Iniciação e a Humanidade tinha como plano chegar à 4ª Iniciação.

Para termos alguma idéia da natureza deste processo, devemos avaliar os eventos correspondentes ao nível de microcosmo. Trata-se, pois, da iluminação, a integração do plano dos 4 elementos e a totalização da Natureza; a verdadeira expressão da condição humana e o conhecimento da energia do fogo.

Assim como cada chakra está relacionado a uma iniciação, cada ronda está associada a um Plano cósmico. No Microcosmo, o 4° Plano é o do Amor divino e comporta os chakras, produtos das energias magnéticas ou da Lei de Atração, sendo ainda a sede do Eu Superior. E “assim como é em cima é em baixo (e vice-versa).” Assim, no Macrocosmo, temos a presença dos rishis e dos Raios cósmicos no Plano Búdico Cósmico, como se observa nos diagramas trazidos em obras como Telepatia e Veículo Etérico e Iniciação Humana e Solar, de Alice A. Bailey. A Tradição de Sabedoria associa os Sete Raios à constelação da Ursa Maior, através dos Sete Rishis. Diz O Tibetano:

“Sete estrelas da Ursa Maior constituem as Fontes originantes dos sete raios de nosso sistema solar. Os sete Rishis da Ursa Maior (segundo se os denomina) se expressam por meio dos sete Logos planetários, os quais são Seus representantes, e aos Quais representam no que à relação prototípica concerne. Os Sete Espíritos planetários se manifestam por meio dos sete planetas sagrados.” (Alice A. Bailey, Astrologia Esotérica)

Estes setenários situados no 4° plano, também se manifestam de forma tríplice nos três Mundos de Esforços Humanos, resultando na fórmula 3x7=21 que estrutura tantos esquemas cabalísticos, fato que também explica a seguinte afirmação do Tibetano:

“Cada um dos sete raios, provenientes da Ursa Maior, são transmitidos ao nosso sistema solar por meio de três constelações e seus planetas regentes.” (Bailey, op. cit.)

Acrescenta então que a lista de correlações existentes entre raios e constelações, dada na mencionada obra, “deve ser interpretada unicamente em termos da atual volta da grande Roda zodiacal (25.000 anos)”. A razão disto é que, no futuro “sistema solar” (outra forma de falar das rondas) a energia dos raios se aplica numa dimensão distinta (no último Capítulo trataremos um pouco disto).

Tudo isto também significa que o nosso Logos planetário está situado no Plano Búdico cósmico. A humanidade certamente compartilha desta energia, aproximando-se paulatinamente dela, através dos limites do plano em que atua, que é duodenário e, portanto, dividido. A Hierarquia, com suas energias setenárias, é que as capta, portanto, de maneira mais fiel. Ao passo que Shambala, por sua vez, as sintetiza numa tríade.

Esta Quarta Ronda se identifica ao segundo Sistema Solar que vivemos atualmente, de cor índigo. Desde o ponto de vista do espectro físico da luz, a cor azul pode ser considerada como central.

1. O Advento do Reino Humano

Rezam os anais ocultos que a Quarta Ronda Mundial que ora termina destina-se a edificar o Reino Humano. Curiosamente, a Ciência moderna afirma que o Homo Sapiens tem a idade aproximada de 26.000 anos, ou seja: um Grande Ano de Platão, que é o ciclo mais importante da Astrologia.

Igualmente interessante é observar que o homem chegou às Américas há cerca de 13.000 anos, isto é, a metade exata do ciclo anterior. E que agora, passado este período, ele retorna à esta outra parte do mundo numa época de integração para unificar todas as coisas. Os últimos 500 anos de História das Américas foram, na verdade, apenas o corolário de sua formação, completada pela integração e pela influência renovada entre as várias culturas da Terra.
Diz-se que cada Ronda serve para construir um Reino da Natureza. Quanto mais evoluído for o Reino, menos tempo ele necessita para a sua formação. Na verdade, tais ciclos servem especialmente para demarcar as etapas da evolução humana. De modo que as Rondas anteriores geraram isto sim as outras espécies de hominídeos. Para os “reinos” como tais existiriam quiçá outros Zodíacos, como o de 250.000 anos deque fala Bailey.

Trata-se esta, em geral, realmente de uma Ronda muito importante para o Reino Humano, por ser onde ele encontra a sua mais perfeita caracterização e expressão, na medida em que se trata também do Quarto Reino da Criação. Destina-se, portanto, a conferir a verdadeira imagem da humanidade. E isto significa que certas aspirações “muito humanas” conhecerão por fim a sua expressão mais sublime e sagrada, através da orientação dada pelo novo Ashram espiritual, após a humanidade ter se conscientizado de seus deveres para com Deus, o próximo e a Natureza, a qualquer preço que seja, ou ao preço que ela mesma e impuser, apenas para se recordar muitas vezes de velhas lições.

Devido à sua posição e a tudo o que mais propriamente a constitui, a humanidade se caracteriza também como um verdadeiro campo de conflito entre os opostos cósmicos. O homem tem a tarefa de transformar este conflito em amor e harmonia, e esta ruptura em arte e em interpretação, mediante a progressiva integração dos opostos, no caso, o material e o espiritual, dentro e fora de si.

Atualmente estamos rumando para a última grande etapa neste processo, quando a própria Ronda adquirirá a sua face final. Ou seja: este último momento representará a própria natureza desta Ronda e será aquele que melhor caracteriza a sua essência global, revelando o seu Objetivo maior.
O objetivo do reino humano é o fomento da consciência, através do “exercício” do livre-arbítrio no conhecimento das dualidades, sobretudo pela polaridade hierárquica de inferior e do superior, tendo não raro como expediente as energias de gênero, positivas e negativas, que deve tratar de harmonizar conjuntamente com a hierárquica.

O grande aprendizado desta ronda é, pois, o da necessidade de mediar céu e terra, tendo dignidade e posicionamento real na evolução cósmica, ao ser respeitoso com o superior e generoso com o inferior. É mediante o conflito, no entanto, que a humanidade muitas vezes alcança a harmonia, pois deve tratar com o bem e o mal, dentro e fora de si.

2. Um Ciclo de Harmonia-Mediante-o-Conflito

Tudo o que ocorreu e se desenvolveu no decurso da Quarta Ronda, tinha como meta aprimorar aspectos do 4° Raio de Harmonia, através do desenvolvimento racial, tendo como pivôs, no básico as artes, no médio o amor e no superior a iluminação. O Quarto Raio cósmico se define como “Harmonia-Mediante-o-Conflito”, de modo que é esta a característica básica desta Ronda.
Dentro do quadro setenário que rege a evolução humana, a quarta etapa é a central, colocando em relação pela primeira vez de uma forma direta a matéria e o espírito, o formal e o informe, a luz e as sombras.

Por isto também, o ponto crítico desta ronda foi a sua etapa central, a Quarta raça-raiz chamada Atlante, da qual a história guarda imagens -algo mitológicas- de ter sucumbida sob um cataclisma ecológico, cultural e geológico.

A quarta etapa, devido a esta situação de crise que a caracteriza, associa-se à Quarta Iniciação, dita A Crucificação, onde se reúne o vertical e o horizontal. A provação implicada é realmente a morte, porém visando a ressurreição, tal como atravessou o Cristo. Esta ressurreição apenas pode ser obtida pela força que este ciclo se destina a gerar, que é o amor sagrado. O quarto centro sutil ou chakra corresponde ao coração, sendo regido pelo planeta astrológico Vênus.

Por mais sublime e transcendente que tudo isto possa parecer, corresponde, na verdade, exatamente ao Plano do reino Humano, na medida em que tal Reino é também o quarto da Natureza. O grande objetivo desta Ronda foi trazer à luz o reino humano, objetivo este que vem desenvolvendo através das raças e deve concluir nesta atapa final que estamos inaugurando hoje. De modo que tudo isto se reflete nas grandes provações coletivas atuais...

C. A “Mandala” da Quarta Ronda

A exemplo da numerologia que a define, nesta Ronda existem quatro grandes Fundações divinas, ou Ashrams solares, dentro de suas sete raças. São os quatro “cavalos” (Avatares) que levam o Carro do Sol em algumas mitologias indo-arianas, as quatro expressões diretas do Logos, na forma dos Quatro Kumaras.

Este quaternário forma o Mandala desta Ronda, e pode ser associado às hierofanias bíblicas, onde quatro Seres divinos, vinculados aos signos fixos ou centrais, simbolizados pelo leão, homem, águia e touro, ostentam seis asas que aludem à esfera da Alma e podem corresponder a seis milênios. Ou seja: os quatro “quadrantes” do Grande Ano vistos espacialmente. A Era de Aquário incide, portanto, sobre tal divisão do cosmos. A fórmula 4:6 é de natureza tetragramática, e serve para o Farohar (ou o “globo-alado”), para a Ronda como um Todo, para cada Ashram individual e, sobretudo, para o último deles, ora em implantação.

As chaves astrológicas ocultas, quando não mitificadas, também costumam ser empregadas na literatura pseudo-esotérica como se fossem elementos de astronomia e astrofísica, a exemplo dos astrólogos não-iniciados, que confundem mito e simbologia com fato e fisiologia. Neste trabalho, seguindo já a linha das retificações de Alice A. Bailey, são fornecidas seguras informações de astrologia esotérica sobre a questão racial e também ashrâmica, extraídas do quadro geral da Astrologia Oculta, já revelada ou não.

A presente síntese e o conjunto de informações que traz, demonstra, pois, que a restauração do Ciência Sagradas já é uma realidade e que a Nova Era pode ser considerada por isto uma atualidade positivamente emergente, assim como a Nova Raça e, é claro, o Novo Ashram solar igualmente. Ou seja, a tripicidade presente na imagem do Farohar ou o IHVH.

1. O PLANO DA QUARTA RONDA: VAU

A Ronda planetária é um ciclo mundial constituído por sucessivas evoluções raciais regidas por seus respectivos ashrams espirituais, visando atingir o Plano determinado que caracteriza esta Ronda, através de suas etapas construtivas.

As Raças-Raízes representam os verdadeiros núcleos humanos de evolução superior, organizações focalizadas ao nível da Alma às quais correspondem aquilo que foi já definido como “O Reino de Deus”, regidas por ordens ou núcleos culturais superiores chamados Ashrams, representando aquelas dinastias solares de Mestres-Adeptos legadas pelos Avatares, sobretudo os da categoria de certos Budas, que abrem então as Idades de Ouro da Civilização com sua presença. Tratam-se, pois, dos chamados “heróis civilizadores” que a ciência da Antropologia registra nas tradições de vários povos.

De modo que a cada Raça-raiz sagrada corresponde um Ashram solar, que é o núcleo do Governo divino destinado a gerenciar idônea e superiormente cada Raça, as quais devem configurar numa nova etapa evolutiva da humanidade, processo este que apenas pode ser dirigido e levado a cabo por Deus através de Mestres encarnados; razão pela qual a Hierarquia se manifesta sempre no início de cada nova Raça-raiz. A seqüência destas raças e seus ashrams, concede o seu conteúdo e energia no conjunto. A raça-raiz emergente hoje é a Sexta, ao passo que o ashram solar é o Quarto e último desta ronda planetária.

Os ashrams que têm sido já desenvolvidos nesta ronda são em número de três, presentes desde a terceira Raça-raiz. Um quarto ramo está sendo atualmente fundado no Ocidente. Sobre estas fundações propriamente ashrâmicas, informações importantes foram dadas pela Hierarquia através de Alice A. Bailey, publicadas na obra Um Tratado Sobre Magia Branca e outras. Na elaboração da presente sinopse, usamos estas informações ao lado das existentes em Cartas Sobre Meditação Ocultista, onde se descreve o panorama atual das Lojas raciais ativas e o processo de fundação do quarto ramo da Loja Una, ou seja: do futuro Ashram solar da humanidade. Mais detalhes sobre a natureza dos ashrams em si poderão ser encontrada no segmento seguinte, que lhes está dedicado.

“...a escola básica de ocultismo é aquela que tem sua raiz no centro sagrado do planeta, Shamballa. A Escola e a Loja Himalaia são as que dizem respeito principalmente ao Ocidente e a única escola, sem excessão, que deverá controlar o trabalho e a produção dos estudantes ocultistas do Ocidente. Ela não aceita nenhum rival nem trabalho contemporâneo com seus discípulos, não em benefício de seus próprios instrutores, mas para assegurar a segurança de seus alunos.

“Esta Escola Fundamental possui três ramos principais e um quarto que está em processo de formação, o qual completará os quatro desta quarta ronda. Esses ramos são como segue:

1. Ramo Transhimalaio.
2. Ramos da Índia do Sul. (Esses são ramos arianos.)
3. Um ramo que trabalha com a quarta raça-raiz e tem dois adeptos da quarta raça-raiz a dirigí-lo.
4. Um ramo em processo de formação, que terá seu quartel general no Ocidente, em algum lugar ainda não revelado. Tem como objetivo principal a instrução dos relacionados com a futura sexta raça-raiz.

“Estes ramos estão e estarão intimamente inter-relacionados e trabalharão na mais íntima cooperação, estando todos sob o foco e sob o controle do Chohan em Shamballa.”
O texto informa, pois, da formação de um novo foco ocidental da Loja Himalaya, cuja base já é hoje conhecida dado o avançado do Plano da Hierarquia, além de mencionar a existência de um “Choham em Shambala”, que seria naturalmente o Mestre Morya, dito o verdadeiro “reitor das Escolas Iniciáticas.” Apesar de comumente se considerar Shambala como foco de evoluções superiores, existem certas afinidades especiais e elos naturais, como seria o caso deste Choham do Primero Raio. A forma destes ramos trabalharem “na mais íntima cooperação”, está sendo demonstrada plenamente na atual fase do Plano, pela diversidade de origens e influências tendo em vista a formação “sincrética” da cultura da Nova raça raiz que é, afinal de contas, ocidental. Prossigamos:

“Os dirigentes de cada um dos quatro ramos comunicam-se freqüentemente uns com os outros e são, realmente, como o corpo docente de uma estupenda universidade, as quatro escolas sendo como os vários departamentos maiores dos estabelecimentos –como colégios subsidiários. O objetivo de todos é a evolução da raça, o seu propósito é levar todos até o ponto de se colocarem diante do Iniciador Uno, e os métodos são fundamentalmente os mesmos, apesar de variarem em detalhes, devido às características raciais e aos tipos tratados, e ao fato de certas escolas trabalharem predominantemente umas com um raio, e outras, com outro.

“A escola Trans-Himalaia tem seus adeptos conhecidos por vós, e outros cujos Nomes não são conhecidos.
“A escola Indiana do sul tem um trabalho especial com a evolução dévica e com a segunda e terceira sub-raças da raça Ariana.
“A escola Himalaia trabalha com a primeira, quarta e quinta sub-raças.
“O ramo da quarta raça-raiz trabalha sob o Manu daquela raça e seu irmão do Raio do Ensino. Seu centro de operações é a China.
“O Mestre R. e um dos Mestres ingleses estão se relacionando com a fundação gradual do quarto ramo da escola, com a assistência do Mestre Hilarion. Ponderai sobre estes fatos revelados, pois o significado é de profunda importância.”

Devemos comentar alguns pontos -inicialmente, o elo entre o Manu atlante na China e o Chohan do Ensino, Kut-Humy. Também dizer que, apesar da Loja Sul-Indiana pertencer à raça Árya, seu trabalho com a evolução dévica e as sub-raças mencionadas a associam à antiga Raça Lemuriana, inclusive pela situação geográfica e racial em que se encontra tal Loja, que é tropical e no seio da sub-raça drávida, pertencente à Raça Negra.

Mas é a última frase, já antes citada, que toca no ponto que pretendemos basicamente aludir em nossa análise da nova formação ashrâmica, dado o expresso vínculo entre o Maha-Chohan (Mestre R.) e o Quarto Ashram Racial, ou o “Quarto Ramo da Escola Una”.

Isto é perfeitamente compreensível em função de ser este Maha-Chohan sabidamente relacionado ao Sétimo Raio, pois um ashram solar, além de necessitar ser sempre fundado na sétima sub-raça de cada Raça-raiz –o que na Raça Árya corresponde à América do Sul e especialmente ao Brasil–, atualmente está diretamente relacionado ainda à Nova Era, regida pelo Sétimo Raio. Daí a adoção transitória do mestre Racokzy no cargo de Maha-Chohan, à parte a habitual missão avatárica advinda de sua regência de raio na Nova Era.

Além disto, a presença de um “Mestre Inglês” também permitirá o elo cultural que resultará inclusive na denominação deste Novo Ashram racial, a saber: Albion, como se sabe, um nome antigo da mitologia celta, geralmente relacionado à Inglaterra ou à Irlanda (o termo Meru também surge com força no contexto sul-americano, a partir da relação feita por Blavatsky com a palavra A-Mer-ika). Os celtas eram a quarta sub-raça celta. Na Tradição é a sub-raça que dá a essência da próxima raça-raiz análoga. Por exemplo: foi a sexta-sub-raça árya (5ª Raça-raiz) que deu a tônica para a 6ª Raça-raiz. Adapta-se, portanto, este princípio para estabelecer os fundamentos ashrâmicos. Adiante voltaremos a esta questão.

Finalmente, a assistência especial do Chohan Hilariom, de 5° Raio, não se limita, na verdade, ao fato de estar este ashram sediado no final de 5° Raça-Raiz (Árya) e nem por empregar na sua fundação as energias de sua 5ª sub-raça através da Loja Himalaya. É que, ao lado disto, existe o importante fato deste novo Ashram solar representar igualmente a culminação da presente Ronda planetária e a preparação para a próxima, que será a Quinta..!

De modo que o quadro ashrâmico em geral, dentro da atual Ronda planetário, fica definido como abaixo se apresenta, valendo-nos para isto em grande parte das indicações dadas por Alice A. Bailey em A Manifestação da Hierarquia, em Tratado Sobre Magia Branca e em Cartas Sobre Meditação Ocultista, e agora completadas com novos elementos e informações sobre a dinâmica do completo quadro ashrâmico e racial, face seu estado avançado de manifestação. Cabe observar que a escala astrológica aqui empregada é a setenária, tida como clássica e universal:

RAIO PLANETA RAÇA ASHRAM ORIGINAL LOJA ATUAL

1° Raio Sol          (Oculta)            ——— ———
2° Raio Lua         (Oculta)            ——— ———
3° Raio Mercúrio Lemuriana       Shambala         Sul da Índia
4° Raio Vênus     Atlante              Ibez                 China
5° Raio Marte     Ariana                Meru               Himalaia
6° Raio Júpiter    Americana         Albion            Sul da América
7° Raio Saturno     (Oculta)            ——— ———

Uma raça-raiz é uma realidade que existe unicamente em consonância com uma organização hierarárquica (ashram). Compreende-se, pois, que a manifestação ashrâmica corresponda apenas ao nível de raças manifestas, existindo por esta razão, apenas quatro grandes ashrams raciais nesta Ronda planetária (isto é: na medida em que se considere que Shambala represente também um ashram manifesto), uma vez que, assim como as duas primeiras Raças-Raízes foram imanifestas (Shambala e a Hierarquia não alcançaram influenciá-las ativamente), também as duas últimas –por razões diferentes– serão ocultas –embora, na verdade, apenas parte da Sexta Raça-Raiz será desta natureza.

a. A “Mandala Racial”

Necessitaremos desenvolver agora alguns princípios tradicionais de Geografia Sagrada, úteis à devida compenetração no tema. A rigor, o mandala em questão é antes de natureza espiritual ou ashrâmica, embora entretecida com os focos raciais destas dinastias sagradas.

Assim, inicialmente devemos observar que os berços de todos estes ashrams seriam, invariavelmente, de um lado o continente Euro-Asiático, com seus centros e raças Hyperbóreos caracterizando O Grande Oriente, e de outro, a América do Sul com seus ashrams e raças tidos como Antípodas pelos anteriores, caracterizando o Grande Ocidente; segundo a natureza do grande Eixo racial que temos já explanado em outras oportunidades. Ocorre que existe uma alternância cíclica entre os hemisférios em geral, resultando numa grande fórmula dual relativamente fixa, no sentido de associar Norte-Leste de um lado, e Sul-Oeste de outro. O fato de esta alternância envolver ambas as formas de hemisférios –latitudinais e longitudinais– caracteriza literalmente o que os Antigos chamaram de Hiperbóreos e Antípodas.

Ou seja: a expressão “antípoda”, conforme empregada pelos gregos, deriva de uma oposição completa nos hemisférios, empregando o centro absoluto da Terra (Eixo+Equador) como pivô. Por isto, se os Hiperbóreos estão a Norte e a Leste, os Antípodas devem estar no Sul e no Oeste. A diferença, no que diz respeito às repetições cíclicas raciais, é apenas em termos de maior ou menor centralidade, caracterizando sutilmente posições relacionadas às latitudes opostas.
Existem, porém, apenas quatro raças-ashrâmicas plenamente desenvolvidas nesta Ronda, de modo que este quadro resulta na ocupação de quatro direções que permite a correlação entre estas raças e as posições cardeais primárias ou secundárias, conforme se observa, por exemplo, nas tradições centro-americanas, onde relacionam raças, “sóis” (Ashrams) e direções cardeais.
Obviamente, isto tenderá a manter relativamente “ociosas” vastas regiões do planeta, sobretudo em certos períodos, e nos ciclos de manifestação humana de nível propriamente racial.
Outrossim, estas regiões, ainda que não centralizem Raças-raízes e Ashrams serão, não obstante, ocupadas por sub-raças e centros secundários, ou senão por “famílias” e ramos terciários.

Finalmente, tampouco se considera regiões ashrâmicas-raciais prioritárias as áreas mais altas do planeta, assim como as mais centrais, ou seja: os Pólos e o Equador. Servem apenas como referências simbólicas na estruturação das Raças-raízes, como se vê em René Guenón que, na obra Formas Tradicionais e Ciclos Cósmicos, analisa a natureza das raças polares (ou “hiperbóreas”) e atlantes (ou “antípodas”). Afinal, as melhores regiões para o desenvolvimento da vida e da civilização radicam-se, de um modo geral, a meio-caminho entre os Pólos e o Equador. Em termos de condições climáticas, o centro exato disto corresponde ao paralelo 30, proporcionando uma perfeita caracterização das Estações –donde a simbologia dos “Quatro Ventos” vinculados aos pontos cardeais secundários– , razão pela qual a zona é foco de tantos mitos centrais e “polares”. Basicamente, esta faixa forma triângulos regulares com os pólos, servindo como foco primordial para energias de síntese, como se observa abaixo.


Fórmula: 30° = 1/2 raio da circunferência.

Energias tão poderosas como as manchas solares percorrem o Sol entre um paralelo 30 e outro, fazendo desta faixa central uma região de expressão magnética especial. Certamente, a importância oculta que têm as direções secundárias ou os pontos cardeais intermediários, relacionados aos quatro “ventos sagrados” nos mapas e planisférios (afinal esta é também uma zona de geração de ventos), se devem a isto, além de vários outros fatores geo-magnéticos. Como esta região tende a atrair um grande número de raças e centralizar realmente os hemisférios, a tendência é surgir ali importantes sínteses culturais, ecléticas, ecumênicas e universais - ver mais em nossa obra “Geografia Espiritual - a Ciência das Origens”, Ed. Agartha, 2008.
O quadro final resultante das raças ashrâmicas desta Ronda será então este abaixo, segundo sua distribuição planisférica:


RAÇA          ASHRAM            REGIÃO

1. Hyperbórea    ———        Norte
2. Antípoda        ———        Sul
3. Lemuriana     Shambala      Noroeste (Norte-Leste central)
4. Atlante         Ibez Sudeste   (Sul-Este central)
5. Ariana         Asgard           Nordeste (Norte-Leste extremo)
6. Americana  Albion               Sudoeste (Sul-Oeste extremo)
7. (Oculta)       ———

Assim, podemos observar, como exemplo, que a raça atlante é uma raça antípoda-oriental, apesar de ser rigorosamente ocidental. Noutras palavras, situa-se no Sudeste-Central, porque se acha mais próxima do centro ou do ponto original de divisão continental do que a Americana (ou Teluriana), esta sim Extremo-Ocidental. Isto se deve, em parte, à posição que na época ocupava a América (ou parte dela) no mundo, posto que situava-se mais próxima ao continente Africano, assim como à forma que possuía então o continente americano, onde, naquele tempo o centro da América do Sul era um vasto mar interior que banhava os contrafortes dos Andes, os quais foram portanto a primeira terra habitável da região junto ao Planalto central brasileiro. Da mesma forma, a Lemúria era um continente existente no Pacífico e Shambhala está relacionada ao Extremo Oriente, mais especificamente, ao Deserto de Gobi, que na época era também um grande Oceano (não obstante, certa lógica esotérica sugerir o vínculo de Shambala com África, berço da raça lemuriana).

Caberia ainda destacar aqui o Eixo-sagrado que existe nas direções nordeste-sudoeste, nas Tradições de sabedoria, e que a Eubiose chama de “Itinerário de IO”. Podemos observar a importância que o Feng-Shui dá a este direcionamento, que a filosofia hindu também observa. Esta direção exalta e associa, pois, as raças árya e americana, que são aquelas geograficamente “extremas”.

De uma forma mais ou menos sutil, podemos observar a oscilação dos valores de 4, 5 e 6 centros presentes nestas coordenadas, relacionando ashramas e raças. Considerando esta relação de mandala, é natural que muitos destes princípios sejam preservados na Ronda futura (ver o Capítulo seguinte).

b. Iniciações Raciais e Ashrâmicas

Continuando a nossa análise da ronda, vemos também que as relações entre os Ashrams e as Raças com os planetas (ou os Raios) diferem entre si, considerando que a Hierarquia é um centro mais avançado. Existem, portanto, ainda outros detalhes a se considerar neste paralelo entre Ahsrams e Raças, gerando certa complexidade na questão. Ocorre que se tratam ambos de conceitos diferentes, posto serem os Ashrams expressões espirituais, e as Raças, comparativamente, manifestações materiais, ou senão anímicas e “psicológicas”.

Uma das conseqüências disto, é a existência de critérios distintos de classificação para ambos. Se olharmos os quadros acima, veremos que as raças começam seu registro no alto, ainda que as duas primeiras sejam consideradas “ocultas” e, portanto, etéreas. Já os Ashrams iniciam a partir desta primeira raça “não-oculta”, que é a Terceira Raça-Raiz.

Uma das implicações disto é a diferença de posição numérica, relacionada aqui aos respectivos Raios e, portanto, também de classificação astrológica, posto que, inicialmente, o primeiro Ashram corresponde à terceira Raça. De modo que existe uma “defasagem” de duas unidades ordinais dos Ashrams em relação às Raças-raízes, dentro de um quadro que respeita a importância do ternário ou do triângulo.
Assim, na análise de uma raça, devemos ter em conta a sua situação material ou propriamente racial, assim como as virtudes ou qualidades espirituais que recebe em função de sua regência ashrâmica. O quadro acima ilustra isto.

RAÇA        RAIO  PLANETA ASHRAM RAIO PLANETA
(Oculta           1° Raio Sol) —— —— ——
(Oculta         2° Raio Lua) —— —— ——
Lemuriana  3° Raio Mercúrio Shambala 1° Raio Sol
Atlante       4° Raio Vênus         Ibez 2° Raio Lua
Ariana       5° Raio Marte       Meru 3° Raio Mercúrio
Americana 6° Raio Júpiter     Albion 4° Raio Vênus
(Oculta        7° Raio Saturno) —— —— ——

Para exemplificar, ainda que a Quarta Raça-Raiz tivesse na sua essência a influência passiva e material de Vênus, recebia também a influência ativa e espiritual da Lua. O que isto resultava em cada caso será objeto de estudo na continuidade.

Para entender melhor a natureza da “defasagem” existente entre os ciclos de Raças e Ashrams, seria preciso explicar que as duas primeiras expressões (assim como as duas últimas) de dada ciclo e nível, seja ele material (Raças) ou espiritual (Ashrams), são sempre “especiais”.

Um exemplo disto acontece com as próprias Iniciações. Segundo O Tibetano, as duas primeiras iniciações planetárias são consideradas “preparatórias ou “de umbral”. Apenas a Terceira Iniciação pode ser propriamente considerada uma verdadeira Iniciação, sendo já caracterizada como de natureza solar (compara-se ao Primeiro Ashram, dito “do Sol”, que é Shambhala).
Ocorre que, em qualquer processo, apenas com o terceiro momento se tem algo efetivamen­te “concreto” ou manifesto. Não se pode, por exemplo, constituir um polígono com menos de três vértices e lados. Por esta razão é que também se diz em ocultismo que as duas primeiras raças eram “etéreas”.

Na Escola de Crotona, Pitágoras ensinava que os números “1” e “2” não se constituem em verdadeiros algarismos, mas sim em polaridades. Assim, tudo o que ocupa estas posições numa escala setenária corresponde antes de tudo o mais a tais funções polares. E por esta razão os dois primeiros Ashrams se caracterizaram pelos extremos opostos de uma grande eteridade (Sol) ou de grande materialidade (Lua). Uma fórmula esotérica para compreender isto reside nos mecanismos internos do pentagrama, chave universal do ocultismo que representa, conforme empregado pelos chineses em sua astrologia e alquimia.

As duas Raças-raízes ditas “ocultas” ou mesmo “etéreas”, podem ser também nomeadas, por exemplo, de forma genérica como Hiperbórea e Antípoda. Pertencem simbolicamente a uma época remota em que os grandes blocos geológicos do planeta estavam unificados, e a separação Leste-Oeste não se havia dado, mas apenas a divisão Norte-Sul. A divisão Leste-Oeste apenas aconteceria realmente com as Raças Terceira e Quarta e com os dois primeiros ashrams, do Sol e da Lua. E como veremos, se tratam de ciclos ainda “problematizados”. Apenas na Quinta raça e com o Terceiro Ashram e que a devida centralização seria alcançada em tudo isto. Daí a grande tradição mundial da mandala e do quincúncio na Quinta Raça-Raiz.

Nas duas primeiras raças a relação entre o espírito (Ashram) e a matéria (Raça) era extremamente complexa (unida, de certa forma). E uma das implicações disto é que as Iniciações em ambos os grupos se apresentam de forma “cruzada”, ou seja: a raça determina o grau supremo de Iniciação ashrâmica, ao passo que o Ashram define o grau iniciático supremo da Raça. Por exemplo: Na Raça atlante, que era a Quarta, a humanidade alcançava apenas a Segunda Iniciação. Já seu Ashram, que era o Segundo, proporcionava Quatro Iniciações aos seus Adeptos.

Mas também as duas últimas raças são especiais, e Bailey as definiu como “sintetizadoras”, pois, sobretudo nesta Ronda, são aquelas que resumem as energias das restantes raças da forma mais elevada.
O quadro abaixo demonstra como fica toda esta questão.

RAÇA INICIAÇÃO ASHRAM INICIAÇÃO

1. (Oculta) ———— ———— ———
2. (Oculta) ———— ———— ———
3. Lemuriana 1ª Shambala 3ª
4. Atlante     2ª Ibez 4ª
5. Ariana         3ª Asgard 5ª
6. Americana 4ª Albion 6ª
7. (Oculta) ———— ———— ———

A Hierarquia somente apareceu como tal na Lemúria, porque não se considerava ser possível haver um hierarca ou senão um verdadeiro iniciado antes deste terceiro grau. E neste caso, repetimos para exemplificar, percebe-se que a Quarta Raça-Raiz pode alçar-se à Segunda Iniciação, mas estava regida por Mestres de Quarta Iniciação, dentro de seu segundo Ashram, Ibez.

No quadro, vê-se que o Plano Geral para a presente Ronda planetária prevê que a Humanidade deve culminar com a Quarta Iniciação (Arhat), e a Hierarquia com a Sexta Iniciação (Chohan). Este já é o próprio Programa do ashram que está sendo atualmente implantado no mundo (a sétima Raça-Raiz não pertence ao Plano desta Ronda, assim como parte da Sexta tampouco fará parte), de modo que sua simbologia pode ser aplicada à Ronda como um todo e vice-versa; razão pela qual tal simbologia é universal e eterna no plano desta Quarta Ronda, apresentando-se de uma forma ou de outra nos emblemas de todas as grandes religiões ou manifestações espirituais do mundo, ta como é a forma do Cubo.

Nesta classificação, pode-se indagar também acerca da posição do terceiro grande Centro planetário que é Shambhala, no processo. As Iniciações cósmicas de Shambhala vão corresponder então ao conjunto, ou seja, à própria ordem das Rondas em si. Assim, Shambala, o Centro Coronário do planeta, vai agora culminar também a sua Quarta Iniciação no final da Quarta Ronda Planetária, e iniciar seu Quinto grande ciclo evolutivo com a entrada da Quinta Ronda, donde se dizer que Maitreya será o Quinto (Adi) Buda.

Sabe-se então que as leis esotéricas trabalham com energias que semeiam ciclos-raízes. Por exemplo: a Sexta Raça-raiz nasce da sexta sub-raça da Quinta raça-raiz. E isto se aplica a outras realidades ocultas. Assim, a nova Quinta Ronda terá sido já semeada na passada Quinta raça-raiz. Isto também explica certas “ocultações” de ciclos raciais e outros.

De modo que, como ensina a Astrologia Esotérica, tudo isto deve de certa forma ocorrer já na própria implantação deste Quarto Ashram solar, o que será oficializado com a chegada do novo Hierarca de Shambhala, o Kalki Avatar ou o Buda Maitreya, o Cristo retornado “na glória do Pai” (“o Pai” é Shambhala), o Soshyoh dos persas, o Iman Mahdi dos muçulmanos.
É isto que se encontra por detrás da idéia de que o próximo Buda será o “Quinto”. Se refere, pois, já não a Raças (porque, nesta visão, corresponderia ao Sexto, como também pregam algumas Escolas budistas), mas sim a Rondas mundiais. Ou seja: dentro da diferentes categorias búdicas, o próximo Buda será também um Hierarca cósmico...

De fato, em função das presentes confluências astrais, pela primeira vez nesta Ronda existirá um alinhamento direto e preciso entre os três grandes Centros –que é, na verdade, aquilo que caracteriza as transições de Rondas mundiais. Eis o que diz a respeito O Tibetano, através de Alice A. Bailey:

“...o ciclo no qual estamos entrando com a Era de Aquário representa um evento muito extraordinário e pleno de importância, porque é onde pela primeira vez os três centros planetários maiores –Shamballa, a Hierarquia e a Humanidade– estão em relação direta e ininterrupta...” (em “A Exteriorização da Hierarquia”)

Cabe insistir, portanto, e para finalizar, que o atual momento de transições cíclicas, apesar de incluir ainda parte de uma Raça e seu respectivo Ashram da Ronda anterior, representa realmente a implantação cósmica da Nova Quinta Ronda Mundial, fato presente em afirmativa do Tibetano supracitada.

Isto toca no ponto que pretendemos basicamente aludir aqui, dado o expresso vínculo entre o Maha-Chohan e o 4° Ashram racial ou o Quarto Ramo da Escola Una. Isto é perfeitamente compreensível, por exemplo, através da relação existente entre o planeta Mercúrio e seu papel quaternário, conforme se atesta inclusive pela atribuição desta esfera ao quarto dia da semana. Ocorre que, enquanto síntese absoluta e centalizador de todas as coisas, Mercúrio é denominado como o Senhor do “Caminho do Meio”, razão pela qual aqueles Mestres que pregavam tal doutrina seriam também Budas (que é o nome para o planeta Mercúrio no hinduísmo, semelhante a Quetzalcóatl), assim como voltarão a fazê-lo todos os Budas futuros que trarão para cada nova raça o seu dharma.


* Publicado na Revista Órion de Ciência Astrológica, número 7, FEEU, PoA.
Da obra "Trikosmos".

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